sexta-feira, 9 de março de 2007

O brilho da vida

Segunda semana de aula na São Francisco: mais um período de alegrias, angústias e desespero pelos galhos desta árvore que representa a minha vida.
Devo admitir que vivo um momento de esgotamento físico e, principalmente, mental. Poucas horas de sono, rotina meio atribulada, trânsito, calor insuportável e outras agravantes presentes no meu cotidiano.
Mesmo com situações muito desagradáveis, como o complexo mundo de uma desprezível disciplina denominada Organizações Internacionais, eu considero necessário colocar em evidência os pequenos brilhos dessa semana. Momentos nos quais passei por ótimas sensações que, inclusive, conseguiram atingir o âmago do meu ser, fazendo com que eu realmente me sentisse vivo!
A presente semana que se esvai foi marcada pela constatação de que nas pequenas e simples situações do dia-a-dia reside uma beleza e uma alegria particulares.
Obviamente, tal visão é em larga medida baseada na mensagem transmitida pela peça Nossa Cidade, do escritor americano Thornton Wilder (que ainda será tema de um futuro post). Trata-se da idéia de valorizar cada momento deste lapso temporal correspondente ao que chamamos de "vida".
Não me atrevo a dissecar todas as discussões metafísicas referentes ao conceito de "vida", mas posso categoricamente construir essa proclamação: "Sim! Estou vivo e eu adoro isso!"
São certos episódios que compõem a nossa vida. Um simples pão de queijo pode representar uma felicidade intensa para um corriqueiro dia. Hoje, por exemplo, tive uma agradável surpresa: reencontrei alguém que, em tão pouco tempo, tornou-se uma figura significativa para mim. Eu percebi que essa ausência evidenciou o estado de incompletude latente que me acometia, mas que eu, teimoso, continuava a negar. Foram alguns minutos de conversa. Algo simples. Belo. Encantador.
Observar fixamente seus traços, ouvir sua voz, ver fotografias de viagem. Reconheço que, em uma visão utilitarista, tais ações seriam insignificantes. No entanto, o meu mundo não é mais útil. Quero qualificá-lo de outro modo: intenso, apaixonante e, como não poderia deixar de ser, representativo.
Filme representativo deste post: Hora de Voltar (Garden State) - diretor: Zach Braff

2 comentários:

Guilherme Genestreti disse...

César, como você escreve fluído! Adoro o seu texto! Abraço

César disse...

Guilherme, valeu pelo comentário! Você sabe que um elogio, vindo de alguém que escreve tão bem como você, me deixa feliz! Muito obrigado mesmo, não só pelo comentário mas por ler os meus singelos escritos...