terça-feira, 13 de março de 2007

Fidelidade

A música realmente pode ser extraordinária! Quando achamos que as nossa vidas encontram-se em estagnação, aparece, repentinamente, uma obra musical que mexe com os mais profundos sentimentos.
Domingo passado, estava, desinteressado, navegando pela internet. Entrei no site do youtube para assistir a alguns clipes novos que eu ainda não tinha visto. Ao olhar para a tela, encontrei na página principal um clipe que, instantaneamente, prendeu a minha atenção. Chama-se Fidelity da cantora Regina Spektor.
Admito que não conheço muito sobre a vida e a obra desta excêntrica cantora. Meu primeiro contato foi feito através da parceria que ela fez com os Strokes para a música "Modern Girls & Old Fashioned Men". Essa canção chegou aos meus ouvidos por intermédio do Guilherme, que havia gravado um CD para mim nos idos do ano de 2005.
Uma voz suave e peculiar de uma mulher nascida na Rússia, durante o regime soviético e que, na sua infância, mudou-se com seus pais para Nova Iorque. Pianista, de formação clássica, Regina consegue criar em suas canções uma atmosfera melancólica, intensa e delirante.
Agregando estilos variados de música, ela concebeu essa linda canção chamada Fidelity. Seus versos corridos, com certas paradas nos refrões, esta música constrói o ambiente exato para transportar os meus sentimentos, internos e abstratos, em uma estrutura viva, concreta e real.
Para completar, o clipe dessa música é fenomenal. Desde o início, com a utilização marcante das cores branca e preta, acrescido da presença exótica de Regina (e seus lábios de puro vermelho) e de seu companheiro sem cabeça e mãos, o clipe é de uma sutileza ímpar.
Quando o seu companheiro é devidamente materializado e uma gama de cores é lançada como artifício de uma daquelas brincadeiras juvenis, o clipe adquire uma alegria inocente, genuína, atuando como contraponto à rigidez inicial.
Assim, da concepção e materialização de belos contrastes, cria-se uma obra singular, mas ao mesmo tempo, universal. Singular, pela sua estética. E universal, porque os belos versos desta canção atingem a todos os corações angustiados nesse mundo. Um mundo belo, ainda que marcado por grandes contrastes.

Um comentário:

Guilherme Genestreti disse...

Eita! Mas isso tá tão bem escrito! Bonito pra dedéu, César! To pensando aqui nesse seu estilo fluído e todo sensorial... Você é um prosador simbolista! Ainda não vi o clipe, mas vou ver já já! Grane abraço (e manda outro pro Fred)