quinta-feira, 12 de julho de 2007

Observações do meu fim de tarde

Não saí bem do trabalho hoje. Estava com uma dor de cabeça insistente. Eram 5 horas da tarde. Tinha me preparado para ir ao cinema na sessão das 19:20, o que possibilitou a volta dos velhos tempos de andarilho/observador. Época em que cultivei este hábito saudável e, diria, instigante.

Primeiro, fui até a Aliança Francesa, entregar um documento pendente. Ao descer a Bela Cintra, o frio cortante me atingia e fazia com que eu não esquecesse que vivíamos um típico dia gelado no inverno paulistano.

Chegando lá, eis que me deparo com uma surpresa agradável, que me deixou ansioso para que o dia 07 de agosto chegue logo. Um motivo extra para ir às aulas, algo que não fiz muito no último semestre.

Em seguida, eu, com um sorriso enorme, continuei a minha andança até o momento em que percebi que não estava me sentindo bem fisicamente. A minha cabeça parecia explodir. Resolvi voltar para a Avenida Paulista e comer alguma coisa.

Pedi um prato, acomodei-me em uma mesa e passei a contemplar o ambiente que me rodeava naquele instante.

No primeiro momento, fixei o meu olhar na atendente de um dos restaurantes. Sua função é oferecer o cardápio para os que passam à sua frente. Em geral, os visitantes do shopping ignoram as palavras da simpática moça. Não dizem ao menos um "Obrigado". Eu senti uma tristeza profunda, já que pude notar que os olhos dessa moça ansiavam por uma resposta. Ela, simples, humilde, provavelmente com o 2º grau completo (no máximo), parecia ser tão simpática, atenciosa. Obviamente ela também tinha intenções de vender (é o trabalho dela), mas isso não a impedia de ficar feliz quando um cliente se dirigia ao restaurante e era atendido por ela. Acho até que ela percebeu que meus olhos se dirigiam à sua pessoa. Talvez tenha achado que eu estivesse com outras intenções, pois até deu alguns sorrisos para mim. Se eu trouxe o mínimo de felicidade para ela, fico feliz também.

Após quase dez minutos de observação, meus olhos voltaram-se para outros detalhes do ambiente, mais cheio do que o habitual para aquela hora do dia. Consegui ver uma senhora 'grã-fina' dando ordens à funcionária da limpeza para que passasse mais álcool em sua mesa, porque acreditava que a quantidade normal não era suficiente para uma senhora como ela. Resquícios de um tempo em que aquela senhora não precisava dividir uma mesa com estranhos... Vi algumas outras coisas (sempre interessantes), mas então tive de interromper a minha ação, porque eu tinha que me alimentar para que eu não desmaiasse num lugar público como aquele.

No final da jornada, fui assistir a "Paris, te amo" e realmente gostei bastante do filme. Havia uma ou outra história mais fraca, mas no geral, é uma bela colagem de uma cidade fascinante como Paris. Deu vontade de ir hoje para lá, mesmo sabendo que menos de cinco meses me separam da cidade-luz.

Após o filme, senti que a jornada valeu a pena. Não fiz nada de excepcional, é verdade. Mas tudo que fiz, eu consegui aproveitar intensamente. E isso é um bom sinal.


E assim, mais um dia se passou. Este post pareceu mais um relato de um diário. Não foi a intenção. Aliás, estou sentado aqui, porque eu estava querendo escrever. Algo, qualquer coisa. Liberar os pensamentos de minha mente e concretizá-los na forma escrita. Porque o que tenho escrito ultimamente se resume a um apanhado de 'peças' jurídicas, destituídas de emoção, lirismo e arte. E como esse tripé faz falta para o meu cotidiano!


Música representativa do post: Everyone gets a star - Albert Hammond Jr.

2 comentários:

Guilherme Genestreti disse...

NOSSA! Adorei o post, rapaz! MUito bom... me fez pensar num bando de coisas!

LeLê disse...

Pronto!!!
Agora vc já tem meu blog!!!
Entra lá!!!
Adorei ontem!!!
Bjuuuuuuuuuxxxxxxxxxxxxx