sexta-feira, 8 de junho de 2007

Não é um dia igual aos outros...

Havia prometido escrever um post apenas sobre a peça que o grupo de teatro do qual faço parte irá apresentar no final deste semestre. Passou o tempo e não cumpri tal promessa. De qualquer modo, entre as linhas dos diversos posts que já escrevi, está a idéia basilar do texto escrito pelo Thornton Wilder, nos idos da década de 30...

Hoje, uma sexta-feira pós-feriado, eu não fui trabalhar. Hoje à tarde tenho que desempenhar o papel de motorista da minha mãe. Por isso, deixei pra compensar as horas na próxima semana, porque, afinal de contas, o meu corpo ansiava por um descanso mental e por um pouco de lazer.

A minha casa está vazia: meu pai e meu irmão foram viajar para a casa da minha avó materna em Minas, e cá estou eu, com minha mãe e minha avó paterna. Contarei um pouco sobre um momento diferente que aconteceu comigo ontem.

Estava aqui em casa, lá pelas duas, três horas da tarde, quando decidi sentar no gramado que tem atrás da minha casa, para fazer a minha partitura corporal que tenho que apresentar no domingo lá no Macu. Os raios de luz eram incessantes e me aqueciam enormemente, para combater o gélido clima presente, oriundo da paisagem verde que estava ao meu redor. Não havia uma nuvem no céu, apenas o azul se espalhava pelo meu campo de visão.

Como fazia tempo que eu não aproveitava este espaço, esta atmosfera. Por um instante, fiquei contemplando a frondosa araucária que os meus vizinhos plantaram há trinta ou vinte e cinco anos atrás. Nunca tinha reparado como ela é bela, resistente e importante. E olha que eu moro aqui desde os meus seis meses de idade!

Penso que, em diversas ocasiões, ignoramos a beleza e a alegria que estão ao nosso redor, sem tempo para pensar em outras coisas, a não ser em nossas próprias paixões egoístas, como já dizia Simon Stimson, no terceiro ato de Nossa Cidade.

E isso nada mais é que uma prova de como montar essa peça foi essencial para que eu pudesse refletir sobre a minha situação perante o mundo. A constatação de que devemos aproveitar intensamente a vida, porque não adianta postergar suas metas. É duro constatar que deixamos passar tantas coisas significativas, sem dar a devida atenção.

O representativo pode residir nas mais simples ocasiões, sem hora e data marcada. Sem aviso, sem alarde. De fato, a vida é lírica. Nós é que ainda não somos capazes de senti-la inteiramente.





Música representativa do post: Say Hello to the Angels - Interpol

2 comentários:

Guilherme Genestreti disse...

Muito bom! Deu pra sentir o que você tava passando pela leitura do texto. Excelente. Me faz pensar também que essa peça veio a calhar num momento tão apropriado, você não acha?

Pâmella Lopes disse...

ConcOrdo Gui!

Q fOofiss vx Césaar!

BjOks