quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Nevoeiro passageiro...

Hoje o dia foi difícil! Quase tudo dando errado, mas, mesmo assim, sinto uma estranha felicidade. Isso porque, apesar de todas as adversidades (trânsito infinito para chegar na faculdade, gripe, marasmo no estágio, etc.), nesse exato instante - quase nove horas da noite - eu realmente me convenci de que o melhor a se fazer é pensar em coisas positivas.
Acabei por concluir que não adianta ficar se lamentando e choramingando por aí. Como um grande amigo meu (também conhecido como Mr. Brightside) já falou para mim diversas vezes, "ainda tem tanta coisa boa para acontecer nessa vida, não é verdade?" Que a minha parcela "Sinistre" seja apagada e eu consiga finalmente seguir em frente - e lá vem o clichê! - sem medo de ser feliz!
Aqui vai um poema muito especial. É representativo ao extremo para mim.
MÃOS DADAS
Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos,
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.
Carlos Drummond de Andrade

2 comentários:

Guilherme Genestreti disse...

Ah, o meu codinome...! O poema é bem a sua cara, já sabia disso!
Abraço

Anônimo disse...

Eu tb me identifico mto com o q o drummond escreve. Belo poema!