domingo, 14 de fevereiro de 2010

Foi

Quando estava chegando a hora de se despedir do mar, pensou que esta provavelmente seria a última vez que o visse. Foram menos de sessenta segundos de contemplação. Não queria fazer sua despedida naquele momento. Pensava que muitos carnavais ainda viriam e que o mar, essa imensidão azul, verde, ou de outra cor qualquer, ainda poderia ser seu companheiro por mais uma vez.
Mas, ele sabia que o fim era próximo. Deu as costas e andou calmamente sem olhar para trás. Quando achava que o fim já teria ocorrido, arranjou uma desculpa e tornou ao mesmo ponto em que havia fitado aquelas águas marinhas. Olhou novamente e dessa vez para celebrar sua despedida.
Rápido e indolor. A areia resvalava seus pés e seus olhos não se dirigiram mais para o ponto representativo.
Assim foi, assim é, assim será. Cabe apenas a ele decidir o que fará. Ninguém pode fazer nada. Só ele. Ele.

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